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*Athos Avelino Pereira

Ultrapassado o semestre em que os políticos profissionais de toda época imputam ao antecessor toda sorte de culpas e responsabilidades, é chegada a hora de se mostrar serviço, sem desculpas esfarrapadas que ninguém mais suporta ou retórica de palanque própria de uma política atrasada e populista.
E o que tenho infelizmente constatado é triste e dramático. Nunca fui daqueles que, na oposição, apostam no “quanto pior, melhor”, mas tenho o dever de vocalizar e denunciar, com todo o espírito cívico que cultuo, os desmandos, a incompetência e a irresponsabilidade do atual (des)governo municipal, sabedor que sou de que fui escolhido por quase metade do eleitorado desta cidade para ser o seu fiscal e a sua tribuna.
São tantos e tão graves os desmandos que todos estamos a ver, todos os dias, em todos os setores da prefeitura, que não sei bem por onde começar. A limpeza pública, especialmente nos bairros mais pobres, está largada. As obras, que transformaram Montes Claros em nossa administração num canteiro de obras, estão paralisadas, quase todas, e as que andam, se andam, é a passo de lesma. Felizmente, em um ponto, e para ser justo, posso comemorar. É que foi publicado nesta semana, no Diário Oficial, o aditamento para a continuidade da obra que idealizamos e fizemos grande parte, que é a avenida de acesso ao Centro de Convenções. É preciso agora que a prefeitura termine essa obra nossa, que é de suma importância para o nosso povo.
Na educação, área em que fizemos tanto, agora os alunos são dispensados das escolas mais cedo, por falta de merenda escolar. E para piorar, ainda pretendem terceirizar a merenda. Será que as notícias de fraude em licitação e desvios de dinheiro público em vários outros municípios (a exemplo de São Paulo) não fazem a atual administração temer pelo seu próprio futuro?
O transporte escolar rural está um verdadeiro caos, e ainda não estamos no período de chuvas.
Na saúde, falta tudo. Médicos, por que foram irresponsavelmente demitidos e os que ficaram não são bem administrados e remunerados. Medicamentos, por falta de previsão e de competência administrativa. Consultas, nem pensar. Exames, pode esperar sentado. O atual Secretário Municipal de Saúde procura culpar o Ministério Publico e o Judiciário pelo caos do serviço municipal de saúde de Montes Claros. Em nossa gestão, ao invés disso, cumpríamos as requisições que nos chegavam para disponibilização de medicamentos, dispensando, muitas vezes até, ordem judicial. Fomos reconhecidos como gestores diligentes na área de saúde em inúmeras ocasiões, inclusive pelo Ministério Público.
Na área das políticas sociais, vários serviços de assistência e promoção social foram injustificadamente e irresponsavelmente desativados. Até o Pró-juventude, que em nossa gestão ofereceu estágio a mais de cinco mil estudantes, foi extinto.
Os servidores municipais sofrem amargamente com as perseguições políticas , cortes nos seus salários e são vergonhosamente empurrados com a barriga nas negociações salariais, tristemente assistidos por um Sindicato chapa branca.
Os exemplos acima dão idéia de como se encontra a prestação de serviços à população pela atual administração municipal. Muito mais, infelizmente, poderia ser acrescentado.
Comprova-se, mais uma vez, que é fácil fazer falsas e enganosas promessas eleitoreiras, outra história é administrar, sem ludibriar o povo.
E para completar, a prefeitura agora, que já atende mal, passa a atender só meio expediente. É isso mesmo. Durante metade do dia a prefeitura estará de portas fechadas para o povo.
Tristes dias.

*Athos Avelino Pereira é diretor do INDI e ex-prefeito de Montes Claros