Festas de Agosto
A verdade é que as Festas de Agosto e Festival Folclórico, neste ano de 2009, não "aconteceram".
"Acontecer" é uma expressão que neste período de agosto é usada para confirmar (ou não) se os santos celebrados e as entidades convocadas nos levantamentos de mastro (ritual de passagem entre vivos e mortos) derramaram sobre a comunidade, a cobertura abençoada de boa-venturança, fé e religiosidade que une a todos na alegria deste período importante da nossa cultura tradicional.
E isso não aconteceu.
As observações e comentários mais recorrentes que chegaram até a mim e eu os pude confirmar presencialmente, foram que os Grupos, sem o menor apoio da Prefeitura, "desceram" desorganizados, reduzidos e tristes.
Perdidos na desorganização geral das concentrações em frente ao Automóvel Clube.
Perdidos na desorganização dos cortejos, onde as falhas na condução e evolução dos dançantes causaram "buracos” imensos no transcurso dos conjuntos nas ruas da cidade.
Perdidos nos atrasos insuportáveis. Desconforto não só para os integrantes dos Grupos e cidadãos que acompanhavam asatividades programadas, mas também para as crianças das escolas municipais e estaduais que participaram sofridas debaixo de um sol escaldante de meio dia.Perdidos na desorganização das atividades programadas para a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, que esvaziou a presença do público e dos fiéis.
Perdidos na desorganização total da estrutura do evento que comprometeu dramaticamente a integração entre as atividades tradicionais da Festa e do Festival:
O palco principal fora do eixo de localização das Festas.
A sonorização causando sérios conflitos entre organização, artistas e público.
O absurdo de uma Arena enfiada dentro de um estacionamento incapaz de receber o público previsto.
O absurdo de uma Praça de Alimentação sufocada dentro do mesmo e precário estacionamento.
A Fazendinha do Sesc, que sempre se apresentou como uma atração especial do Festival, também perdida e descaracterizada em meio ao caos desse estacionamento.
A Feira de Arte e Artesanato, sem o encantamento tradicional, jogada indiscriminadamente ao longo e ao redor de uma Praça mal ocupada e mal iluminada, a expor produtos, em sua maioria,
industrializados.
industrializados.
A lamentável ausência da Mostra de Artesanato das cidades da região.
A lamentável ausência dos grupos tradicionais de outras cidades que sempre estiveram conosco na procissão de domingo.
A lamentável redução pela metade do" Encontro de Educadores", uma das atividades mais importantes da Festa.
A lamentável ausência dos grupos tradicionais de outras cidades que sempre estiveram conosco na procissão de domingo.
A lamentável redução pela metade do" Encontro de Educadores", uma das atividades mais importantes da Festa.
A fraquíssima programação artística e cultural.
A decoração sombria que equivocadamente deu ênfase a elementos de Festas Juninas.
O desinteresse do público.
A frustração do público.
Enfim, foram cinco dias de festas cobertos pelo imenso vazio daquele sentimento emocionado que sempre nos moveu neste período de alegria, celebração e fé.
* Athos Avelino Pereira é diretor do INDI e ex-prefeito de Montes Claros.
Enfim, foram cinco dias de festas cobertos pelo imenso vazio daquele sentimento emocionado que sempre nos moveu neste período de alegria, celebração e fé.
* Athos Avelino Pereira é diretor do INDI e ex-prefeito de Montes Claros.
Artigo publicado no Jornal de Notícias do dia 30 - 08 - 2009
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